Tantas fizeram, que a Sala Walter fechou
A Sala Walter da Silveira fechou ontem por tempo indeterminado (e no meio do V Panorama Coisa de Cinema, a que estava tradicionalmente co-sediando), porque seu ar-condicionado pifou de vez.
A gestão da Sala Walter tem sido, junto com a política museológica, um dos calos de Marcio Meirelles.
O ar da Walter está historicamente capenga: geralmente gelava demais, ao limite de um frigorífico; às vezes, não gelava nada. Ninguém tratou de consertar a tempo, deu no que deu.
O calo também vem do fato de que a última reforma foi feita no Governo César Borges, o ultra-carlista espancador de adolescentes em campus federal. Isso lá nos idos de 1998. E nestes anos e nos de Paulo Souto foi bem gerida: festivais longos, com profusão de clássicos em película, e sala progressivamente mais cheia. Nos festivais, lotava de não achar ingresso, especialmente entre os anos 2002 e 2006.
Hoje metade do que exibe é alegadamente gratuito, mas também pudera: é em DVD. Poucas, e pequenas, mostras de clássicos. Sala vazia e mal-divulgada.
O bom disso tudo é que um dos principais responsáveis por essa degradação é o senhor Cláudio Marques, que administrou a Walter até abrir o Unibanco ArtePlex Glauber Rocha. Por que, não sei, haja vista que quando chamado a trabalhar na mítica sala do bairro dos Barris ele já estava com o Espaço Unibanco com 3 anos de atraso, sem maiores explicações.
Bom porque agora ele sente na pele o preço de sua ingerência: no meio de seu festival (importante, e bom sim) de cinema anual, a Walter, uma de suas três sedes, fecha. Bem-feito!
(Antes que me colem ao sapo-boi Mário Kértzs, à Boiadeira da Mediocridade Aninha Franco, e ao blog De Rabo Preso Política Livre, lembro que eu acho a SECULT do Governo Jaques Wagner exemplar em tudo mais, só que defeituosa em dois pontos: nos cinemas e, em menor grau, na leitura gerencial tímida e colonizadora que tem sobre seus museus. Justamente em duas áreas em que o carlismo era craque, e bastante popular).
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