Ao invés de gente, prédio
Como tô com saudades de espinafrar João Henrique Carneiro (que pra mim está claro que se trata de um caso de patologia neurológica grave não tratada, uma epilepsia de pequeno-mal com fenômeno de vaguidão ou algo que o valha), volto a carga. É do conhecimento até das alijadas pedras portuguesas do Porto da Barra que esse é, hoje, meu segundo esporte preferido. O primeiro é “arremesso de Grampinho(s) a distância, para baixo”.
Desde o Carnaval notei a mudança da marca visual da prefeitura. Do período 2005-2008 (em que votei, apoiei e participei da gestão então promissora do Menino Maluquinho JH Barradas Carneiro) era um esboço de uma série de pessoas, em traços rápidos, com mão para cima, representando cidadãos a votar (embora hoje a pose me lembre um pouco o Heil facista). Abaixo, lia-se “Prefeitura de Participação Popular”.
Não foi tão participativa quanto pregava, mas era mais do que hoje, e mais do que jamais tivemos, é verdade. Era um governo ao menos trabalhista, e quando populista era o populismo de Getúlio Vargas, mais autêntico e menos tirânico ou personalista.
Hoje, o logo é exatamente o mesmo, só que ao invés de gente tem prédio. E não tem o “Participação Popular” abaixo. Não poderia ser mais apropriado: o fim do primeiro mandato, a (dificil, quase milagrosa) reeleição e o atual mandato previlegia o mando da indústria da especulação imobiliária, nascida com e para o Carlismo, que expande a cidade para o norte sob o argumento de que ela “não tem mais pra onde crescer” (enquanto isso, a Lapinha, o Barbalho, a Soledade, a Ribeira e o Comercio têm baixissima ocupação habitacional e fora este último, nenhum mísero escaço arranha-céu de sequer 10 andares. E são bairros centrais! – com uma vista pra maior baía do sul do mundo que é de fazer babar…).
O bom do governo João Henrique é isso: ele não esconde ao que veio. Estampa logo, na marca oficial: “não quero mais saber de gente, meu negócio é obrar (no sentido evangélico do termo) prédios por aí”. Também, a doença neural dele não o permitiria mentir. A não ser “mentir pra mais”, como quando ele disse que usou dinheiro da merenda escolar pra bancar o Carnaval (sério mesmo: isso é sintoma de transtorno mental orgânico! Nem doido de hospício diz uma cousa dessas, mesmo que seja verdade…)
Confiram o “antes & depois” da gestão do E.T. Varginha que (não) toma gardenal: