Índices de violência caem durante carnaval de Salvador
Do A Tarde de quarta-feira de cinzas:
(…) Apesar disso, como já havia ocorrido em 2008, todos os índices de violência e de atendimentos médicos tiveram quedas, na comparação com o ano anterior. As ocorrências policiais, por exemplo, tiveram queda de 7,8%, de 1.495 para 1.379.
A maioria dos casos foi referente a furtos e lesões corporais. Pelo segundo ano consecutivo, não foram registrados homicídios nos circuitos da folia nem ataques com armas de fogo. Nos hospitais e centros de atendimento de emergência de Salvador, o movimento caiu ainda mais: de 320 atendimentos, no carnaval do ano passado, para 193, até a madrugada de hoje – queda de 39,7%. (…)
Comentário: Vitória das Secretarias de Turismo, de Segurança Pública, e da Polícia Militar da Bahia, que como instituição decana tem, hoje, o maior e melhor controle de segurança de multidões do planeta – que aqui é questão de sobrevivência: é a população quase toda de Salvador, por cinco dias, todo dia, a cada dia, nas ruas. Metade dela bêbada, e toda ela pirada. Inclusive eu. Numa época em que a população vigente da cidade quase dobra: pula de 3 para perto de 5 milhões de viventes.
Também do fato de que, este ano, tivemos 4, e não apenas uma, força policial na festa: a Militar, a Civil, a do Exército, e pela primeira vez a Guarda Municipal.
Mas vitória principalmente também da Secretaria de Cultura. O maior gerador de violência no Carnaval de Salvador são as cordas dos blocos – por si só, elas já são uma violência. Não apenas social, econômica ou estética. Física mesmo. Umas mais (a do Chiclete) outras menos (a do Cheiro de Amor), outras quase nada (a dos Filhos de Gandhy).
Acabar com elas não dá. Mas aumentar a quantidade de trios sem corda dá, inclusive via capital privado (Flora Gil que o diga: ela sempre teve lucro com o Expresso2222, só pipoca). Foi o que a SECULT fez, este ano: nada menos que sete trios, em dois circuitos distintos, num total de 14.
Pra se ter uma idéia, na sexta-feira o Retrofoguetes atrasou e saiu junto com Mariene de Castro. Dois trios sem corda, na sequência. O que garantiu que a Barra TODA, do Barra-Vento ao Farol, ficasse sem corda por quase uma hora.
Há duas décadas não se vê nada parecido. Como há duas décadas não se vê trio sem corda no Circuito do Campo Grande.
Eu sou capaz de apostar que este foi o principal motivo para cair tanto a violência desde ano passado (com o Circuito Rio Vermelho descentralizando um pouco), e mais ainda este ano.
Mas claro: Mário Kértzs (“se não me der dinheiro, eu inxo”), Aninha Franco (A Boiadeira da Mediocridade), o Política Livre (Mas O Rabo É Preso), e o Egungun de ACM, vão falar mal de Marcio Meirelles. Embora sequer os cantores de axé estejam falando mal – ao contrário!