O Café do 15º Salão da Bahia
Não obstante minhas severas críticas a atual política de museus do Estado da Bahia, e especialmente ao Museu de Arte Moderna do Solar do Unhão (que comentarei em breve – e acho que esta é a única mácula na nunca assaz louvada gestão de Márcio Meirelles na Secretaria de Cultura do Estado da Bahia), devo elogiar o 15º Salão MAM, esse ano.
Apesar da profusão de instalações (e eu abomino instalações) da pior qualidade & maior pretensão, algumas que ilegitimamente levaram prêmio de aquisição (e alguém me explique porque um museu de arte moderna precisa comprar instalações de arte contemporânea!), há boas obras, cujo trabalho foi também braçal, e não meramente conceitual (no meu entender, as artes plásticas dependem, como a dança, de uma capacidade de execução muscular do artista. Se isso não há, está-se a fazer poesia).
Só que o principal charme é o Café que foi instalado no subsolo do Casarão do Solar, onde antes era o turistóide restaurante Solar do Unhão. O restaurante foi (graças!) desativado desde a separação da Secretaria de Turismo e a de Cultura, e passou a ser uma galeria como as muitas outras do museu. No lugar onde há o pier se instalou o café – com bom e extenso cardápio e boa carta de vinhos, decoração simples sob bancos de pálete com almofadas de chitão, de onde se pode apreciar um dos melhores pôres-do-sol deste planetinha. Abre das 14h às 22h, todo santo dia. Se der certo, vai ficar depois que o Salão MAM encerrar, em março. Atenção: míster não confundir com o café do cinema Sala de Arte MAM.
Em tempo: o parque vertical de esculturas já foi reinaugurado, em dezembro último. Apesar do atraso de mais de ano, está, como sempre, invejavelmente lindo!