“Bahia de Todos os Sambas” no SESC Pompéia
Dias 7 e 8 deste mês (sexta e sábado próximos, portanto), às 21h, no SESC Pompéia, a Paulicéia Desvairenta vai poder entender na prática um pouquinho o que é isso que lá na Ribeira, no Largo dos Tainheiros, no Acupe de Brotas, na Boca do Rio, se chama de xibietagem. Vai ter côco de embolada, samba-chula, samba-duro na poeira (“que é pra nêga delirá”, como diz Tonho Matéria), samba-de-roda, samba-crônica – toda essa reconvexidade que só o Recôncavo Bahiano (de Bom Jesus dos Pobres ao bairro do Rio Vermelho, passando por Valença e Santo Amaro da Purificação) tem.
Isso pelas mãos do patrono vivo da xibungagem, Riachão!; acompanhado de ninguém menos que a fina flor da segunda e terceira geração dele próprio, Mariene de Castro, Nelson Rufino, Roberto Mendes.
Clementino Rodrigues, no bairro do Garcia, em Salvador, tem um modo especial de compor suas músicas, assim como quem faz uma crônica. São letras irreverentes, com baianas, malandros e capoeiristas atrevidos.
Foi o primeiro compositor baiano a ser gravado no Rio, após Dorival Caymmi, ainda nos anos 50. “Meu patrão”, “Saia rota” e “Judas traidor” foram músicas interpretadas por Jackson do Pandeiro
Nos anos 70, em plena ditadura militar, Riachão teve um samba proibido pela censura. “Barriga vazia” era o nome cuja letra falava de miséria: “Eu de fome vou morrer primeiro/você, de barriga cheia, também vai morrer um dia”.
É uma viagem por uma Bahia miticamente jorge-amadiana, que não existe mais. Entre seus sucessos incluem-se “O samba da Bahia” (1973, com Batatinha e Panela); “Sonho de malandro” (1981); Humanonechum (2000). Não se pode esquecer “Cada macaco no seu galho”, gravada por Caetano e “Vá morar com o diabo”, gravada por Cássia Eller.
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