O Filé do FIAC (parte I) – Espetáculos Internacionais

22/10/2008 at 15:18

ESPETÁCULOS INTERNACIONAIS

ATTITUDE CLANDO Teatro
Dieudonné Niangouna – República Democrática do Congo
Attitude Clando - Foto: Renout Benjamin / Agence Enguerand Attitude Clando - Foto: Renout Benjamin / Agence Enguerand
SINOPSE DO ESPETÁCULO
Entre paredes simbólicas que podem representar um quarto de hospital ou qualquer outro lugar de aprisionamento, Dieudonné Niangouna coloca em cena uma personagem que reivindica a liberdade de escolha e questiona a vontade ocidental de fechar suas fronteiras, ao mesmo tempo em que se recusa ser classificado, catalogado. Este indivíduo, marcado por seu passado, recria em seu imaginário todos os lugares dessa vida moída, numa viagem que recusa a piedade e reclama o direito de se viver livremente numa terra na qual ninguém deve monopolizar. O intérprete congolês Dieudonné Niangouna dirige e atua em seu monólogo utilizando-se da farsa, do grotesco, do burlesco e da caricatura, para trazer a tona o que se esconde de mais profundo em seu herói.

Texto, direção e atuação: Dieudonné Niangouna
Assistência e Iluminação: Brunel Makoumbou
Administração: Audifax Moumpossa
Co-produção de Les Bruits de la rue (Brazzaville), Festival d’Avignon
Língua: Francês (Com legenda em Português)
Duração: 1h
Local: Museu de Arte Moderna – MAM
Data: Dias 30 e 31/10, às 19h.

SOBRE DIEUDONNÉ NIANGOUNA
Nascido em 1976, Dieudonné Niangouna é ator, autor e diretor teatral e também diretor do Festival Mantsina Theatre International Stage Festival em Brazzaville, República Democrática do Congo. Nos anos 90, no período da guerra civil no Congo, trabalhou com a Salaka Company, a Deso Company e o African Arts Theatre, antes de criar sua companhia com seu irmão Criss, chamada Les Bruits de la Rue (“O barulho das ruas”), em 1997. Renomado ator e autor versátil, suas peças são encenadas tanto no Congo como na França. Ele alterna espetáculos que possuem uma dramaturgia mais convencional, com peças estruturadas em torno de diálogos mais explosivos e subversivos, como em Attitude Clandô e My Name is. Attitude Clandô se apresentou em 2007 no Festival de Avignon, aclamado como grande surpresa, e seguiu desde então em turnê por diversos Festivais na Europa.



GOD EXISTS, THE MOTHER IS PRESENT, BUT THEY NO LONGER CARE!
Dança
Impure Company/Hooman Sharifi – Noruega
God Exists God Exists
SINOPSE DO ESPETÁCULO
Os espetáculos da companhia de dança norueguesa Impure Company/Hooman Sharifi, com seu coreógrafo norueguês/iraniano Hooman Sharifi, têm forte apelo político. Em GOD EXISTS, THE MOTHER IS PRESENT, BUT THEY NO LONGER CARE! (“Deus existe, a mãe está presente, mas eles não se importam mais”) não é diferente. O ponto de partida da coreografia são fragmentos de textos de Peter Handke, Roland Barthes, Friedrich Nietzsche e Hannah Arendt, que fazem uma ligação entre amor, violência e linguagem. A performance extremamente física dos dançarinos destila expressões de violência, ódio e desespero, confrontando-as com textos projetados até que os movimentos pareçam, neste novo contexto, falar uma nova língua. A platéia é incentivada a ler os textos projetados no palco e chegar às suas próprias conclusões em relação ao que acontece em cena.

Coreografia, Direção e Iluminação: Hooman Sharifi.
Criação e Performance: Rikke Baewert, Loan Hà, Matthew William Smith, Peder Horgen.
Colaboração Artística: Marianne Van Kerkhoven e Bojana Kunst.
Coordenação Artística: Björn Dirk Schlüter.
Texto: Peter Handke, Roland Barthes, Friedrich Nietzsche, Hannah Arendt.
Música: Alog (Noruega).
Produção: Impure Company/Hooman Sharifi.
Co-produção: Kaaitheater, Monty, Baltoscandal e Rencontres choréographique internationales de Seine- Saint- Denis.
Manutenção: The Norwegian Council For Cultural Affairs, The Norwegian Ministry Of Foreign Affairs.
Agradecimentos: Jean Luc Ducourt, BIT-Teatergarasjen.
Língua: Francês.
Duração: 1h30.
Local: Teatro Martins Gonçalves.
Data: Dias 28 e 29/10, às 21h.

SOBRE A IMPURE COMPANY/HOOMAN SHARIFI
O coreógrafo e bailarino Hooman Sharifi criou a Impure Company/Hooman Sharifi in 2000, mesmo ano em que se graduou no National College of Ballet and Dance, em Oslo. Hoje cidadão norueguês, Sharifi fugiu do Iran, seu país de origem, com 14 anos de idade. Sua formação em dança inclui hip-hop e street-jazz, além de dança clássica e moderna. Acreditando na relação direta entre arte e política, a Impure Company/Hooman Sharifi já se apresentou nos mais importantes festivais de teatro e artes cênicas do mundo, levando Sharifi a ser considerado um dos principais nomes da cena de dança da Noruega atualmente.



JURUJUJAJA – EL DESASTRE CONTINUA
Teatro de Rua
Nanny Cogorno – Argentina
Jurujujaja - Foto: Nanny Cogorno Jurujujaja - Foto: Nanny Cogorno
SINOPSE DO ESPETÁCULO
A palavra “Jurujujaja” reproduz, em espanhol, o som de uma grande e sonora gargalhada. É também o nome do divertido e sensível espetáculo dirigido e atuado pelo palhaço argentino Nanny Cogorno. “Nada como o tempo para ser perdido” é o mote da montagem, que combina humor com jogos de malabares e a provocação com o equilíbrio, levando a platéia ao riso e ao encantamento. O artista, de muitas facetas, introduz o publico com ternura, talento e muita provocação no seu labirinto particular, onde recria e utiliza velhas técnicas de circo.

Direção e atuação: Nanny Cogorno
Trilha Sonora: Musicas de James Brown / Henry Mancini
Língua: português e espanhol
Duração: 50 min
Local:
Salvador – Praça de Plataforma (dia 25/10, às 15h), Campo Grande (dia 26/10, às 15h), Praça da Piedade (dia 28/10, às 12h) e Terreiro de Jesus (dia 31/10, às 18h).
Camaçari – Cidade do Saber (dia 27/10, às 17h).
Feira de Santana – Praça Central (dia 30/10, às 16h).

SOBRE NANNY COGORNO
Nanny Cogorno estudou formação autoral na Argentina e seis meses de circo na Escola do Picadeiro, em São Paulo. É integrante do projeto Palhaços sem Fronteiras, uma organização privada que percorre lugares arrasados por bombas no mundo inteiro, para divertir as crianças. Dentre os lugares que visitou, estão Kosovo, e palestina. Ele participou ainda de festivais de teatro de rua na Espanha, Holanda, Francia, Portugal, italia ,Canadá, Venezuela, Colômbia, Bolívia,uruguay e Grã-Bretanha. Desde o ano 2000, é também diretor geral do “Carcajada”, Festival Internacional de Humor de Buenos Aires. Na Espanha, apresenta o “Espacio Carcajada”, versão menor do festival de Buenos Aires com mostra de humor internacional.

O GRANDE CRIADOR Teatro
Companhia do Chapitô – Portugal
O Grande Criador O Grande Criador
SINOPSE DO ESPETÁCULO
Deus criou Adão e Eva ou simplesmente os encontrou? Será que a falta de espaço na arca de Noé foi a verdadeira causa da extinção dos dinossauros? Essas são algumas das perguntas feitas pela Companhia do Chapitô em sua bem humorada peça O GRANDE CRIADOR. Essa montagem portuguesa é uma comédia que trata de histórias bíblicas de forma bem humorada, retratando um Deus humanizado e confrontado com os problemas relativos à criação do mundo, do homem e de sua evolução. Para estimular a imaginação do espectador, a peça apresenta cenários com poucos recursos, onde tudo se recicla, se transforma em algo inesperado e onde os atores mudam de personagem alterando apenas um adereço. De criação coletiva, a comédia tem direção de John Mowat e, no elenco, Jorge Cruz, José Carlos Garcia e Rui Rebelo.

Texto: Criação Coletiva (Companhia do Chapitô)
Direção: John Mowat
Atores: Jorge Cruz, José Carlos Garcia e Rui Rebelo
Sonoplastia: Rui Rebelo
Iluminação: Jochen Pasternacki
Produção: Tânia Melo R.
Língua: Português
Duração: 1h20
Local:
Salvador – Sala do Coro do TCA (dias 26 e 27/10, às 21h).
Camaçari – Cidade do Saber (dia 28/10, às 19h).
Feira de Santana – Teatro do CDL (dia 29/10, às 20h).

SOBRE A COMPANHIA DO CHAPITÔ
Criada em 1996, a Companhia do Chapitô é um projeto de articulação das várias artes do espetáculo definidas como Teatro do Gesto, uma forma de teatro que privilegia o gesto e a expressão corporal, sem excluir o uso da fala, da música e de todos os recursos cênicos imagináveis. O seu público-alvo é, por excelência, jovem, cumprindo assim um duplo objetivo: formação e captação de novos públicos, promovendo uma educação pelo divertimento através do Teatro. A Companhia do Chapitô já produziu 22 espetáculos, apresentados em Portugal e outros países da Europa, América do Sul e Oriente Médio. John Mowat, ator e encenador inglês, reconhecido como um dos maiores nomes do Teatro do Gesto, tem trabalhado com a Companhia do Chapitô no desenvolvimento desta articulação.



SIZWE BANZI EST MORT
Teatro
Centro Internacional de Criação Teatral (C.I.C.T.) – Théâtre des Bouffes du Nord / França
Sizwe Banzi est mort - Foto: Pascal Gelly Sizwe Banzi est mort - Foto: Pascal Victor
SINOPSE DO ESPETACULO
SIZWE BANZI EST MORT (“Sizwe Banzi Morreu”) narra a história de Sizwe Banzi, um negro vindo do interior para trabalhar em um gueto de New Brighton (África do Sul), mas sem documentos que o autorizem a conseguir qualquer emprego. É quando encontra o corpo morto de Robert Zwelinzima e, em seus bolsos, o “passe” de trabalho. Roubando seus papéis e seu nome, Sizwe Banzi vai morrer para se tornar Robert. A peça tem direção do inglês Peter Brook, um dos mais célebres e conceituados diretores teatrais em atividade, e foi escrita pelo dramaturgo sul-africano Athol Fugart (em parceria com os atores John Kani e Winston Ntshona) em 1972, na época do apartheid. O texto tem no seu “humor cruel” uma de suas forças e marca a retomada de Peter Brook à essência do teatro, focando seu trabalho na figura do ator.

Texto: Athol Fugard, John Kani & Winston Ntshona
Adaptação Francesa: Marie-Helene Estienne
Direção: Peter Brook
Iluminação: Philippe Vialatte
Atores: Habib Dembêlê e Pitcho Womba Konga
Cenário: Abdou Ouologuem
Produção: C.I.C.T. / Théâtre des Bouffes du Nord, Paris
Língua: Francês (legendado em português)
Duração:1h15
Local: Teatro Vila Velha.
Data: Dias 24/10 (às 21h), 25/10 (ás 18h30 e às 21h) e 26/10 (às 18h30).

SOBRE PETER BROOK
O diretor inglês radicado na França, onde é o diretor artístico do Théâtre des Bouffes du Nord, Peter Brook já dirigiu 70 peças de teatro, dez óperas, publicou 12 trabalhos literários e realizou uma dezena de filmes. Sua primeira viagem ao Brasil aconteceu há mais de duas décadas, quando veio divulgar Encontro com homens notáveis, longa-metragem lançado em 1980. Não foram poucos os espetáculos de seu currículo que a crítica mundial aclamou como memoráveis, entre os quais a versão circense de Sonho de uma Noite de Verão e a adaptação do épico hindu Mahabharata.