O fantasma do ‘cacete-armado’ II: até tu, Concha Acústica?; até tu, Cordel?
Show do Cordel marcado pras 6h da tarde. Portão da Concha Acústica (que pertence ao rigorosamente britânico Teatro Castro Alves) só abriu às 6h e 30min. Lotado, o povo só se acomodou mais de 19h. Começa o show do Cordel? Qual nada! Toca uma bandinha lá, que nem sequer cumprimentou o público ou se apresentou identificando-se a contento; tocam 5 musiquinhas pops, e saem. Show do Cordel começa com mais de uma hora de atraso.
(em tempo: não obstante, vale sempre lembrar – o Cordel do Fogo Encantado é, talvez, uma das melhores bandas de rock de todos os tempos, no mundo, para se ver ao vivo. Na minha imaginação, eles são comparáveis apenas ao Pink Floyd com Syd Barrett e ao Genesis com Peter Gabriel. Com uma sorte a mais para nós e para o idioma luso-brasileiro, e azar para eles: tal como Machado de Assis, são fundamentalmente brasileiros e cantam em português recifense.
Não é meramente boa música. É performance, no sentido mais pernambucano do termo: um espetáculo, mais-do-que-circense no sentido em que se diz mais-valia. Confesso que, como sempre, chorei, me arrepiei, gritei, ri que nem bôbo, achei Lirinha lindo, etc. Cordel é fogo! – disso ninguém duvida…
Em Salvador, tem sabor especial para ambos: foi no Iº Mercado Cultural Latino-americano – hoje Mundial – de Salvador, em dezembro de 1998, que o Cordel se lançou de Arco-Verde para o mundo.)