2º Prêmio Literário do Servidor Público do Estado da Bahia

21/10/2015 at 18:06

Este ano, como ano passado, fiquei novamente entre os 20 finalistas na categoria Poesia.

Ano passado cheguei a levar terceiro lugar na mesma categoria, com aquele meu poema sobre o São Pedro Arrependido de Frei Agostinho da Piedade.

Este ano concorro com o poema abaixo, cuja conformação lembra em muito um diálogo imaginário entre Carybé e Jorge Amado, em que um apontava para o outro como a Cidade do Salvador, vista do mar da Baía de Todos os Santos, parece uma bunda de mulata boazuda deitada de lado.

Assim como ano passado, existe prêmio de voto popular. De modo que, caro leitor novo ou antigo, peço seu voto aqui.

(atenção: o voto é computado por IP, de modo que é impossível votar duas vezes a partir do mesmo aparelho, terminal ou computador).

*

Capital sobre as ancas

(a pele da Onagro)

*

“As irregularidades do sítio, porém,

deformaram o quadrilátero idealizado na metrópole”

Milton Santos, O Centro da Cidade do Salvador

*

para Aziz Ab’ Saber

*

Dorme a mulata,

filha de Oxum,

por sobre cuja bunda

cobre lençol de renda

*

portuguesa, a capital;

e, ainda que engomada,

este tecido vazado de igrejas

e palacetes se amarrota:

*

é que a negra, por baixo,

insubordinada, se agita,

em lascivos sonhos

de carnes & vales.