O Som das Sextas – XVI
Essa semana choveu, teve dias de fazer friozinho, o sol não deu as caras – e começa a ter forró pela capital bahiana. Sinal de que chegou inverno, e com ele São João.
Aproveito para dizer que Thiago Kalu tá com um projeto só de forró, mas nada de óbvio ou lugar-comum – frisa ele. Os sambas que compôs pro Clube da Malandragem muita gente já conhece. Posso dizer que subindo a Chapada, em setembro último, ele dedilhou no carro seu Xote do Amor Livre, lindíssimo e muito dançante. É o Forró do Dilson – todo sábado às 22h no terraço de um espaço chamado Mumbaba, em frente ao Largo de Santana, no Red River. Começa amanhã, dia 17 de abril.
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Mas não é sobre exatamente isso o Som das Sextas de hoje. Choveu, invernou, começa-se a xotear, a a cidade volta a se cobrir de verde. Passei a semana me lembrando de um clássico de A Volante do Sargento Bezerra (que atualmente não anda bem das pernas, com um vocalista que parece backing-vocal do Cheiro de Amor. Pra quem já teve Carlinhos Pajeú e tem Kiko Lisboa, é pouco). A Volante, junto com o Bando Virado no Móhi de Cuentro, trouxeram para Bahia o forró-muderno de Pernambuco, do Cascabulho e Mestre Ambrósio, herdeiros do Mangue-Beat.
Trouxeram sem macaquear, com autoralidade própria e bem bahiana. E num tempo de mera resistência ao axezão (e ao Oxente-Music que alguns achão que é forró; ou ao mediocrizante “forró universitário”, uma coisa feita por e para paulistas que nunca ralaram buxo no xiado da xinela nesse sertãozão-de-meu-deus), eles já faziam canção. Como esta, singelamente linda, Da Janela Pro Terreiro. Pra fazer o coração navegar, fazer o sertão virar mar, no verde que há em toda plantação – e semear o chão pra fazer transformar (em todo lugar e em seu olhar, leva uma canção de amor que é pra você se lembrar).
(Aviso: o video tá breguíssimo, mas vale pela música.)
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