1º Concurso Estadual de Crítica Cinematográfica
Pra quem dizia que o “incentivo ao cinema” no Estado da Bahia estava pouco, mais um cala-boca do Secretário da Cultura, Márcio Meirelles.
E dessa vez, ele foi ao meu ver no figado da questão. Formar cineastas é importante, mas não sem formar público. E quem forma público é crítica – não a crítica gostista dos jornalões, nem a crítica acadêmica. Mas a crítica como, na Bahia, Dr. Walter da Silveira fazia: didática e instigante.
Mais ainda, a proposta do edital é up-to-date: quer críticos jovens e não-profissionais. Gente que escreve, por exemplo, o Zeta Filmes – ou gente que, como eu, aqui e alhures, desde os 16 anos de idade comenta filmes incomuns de modo incomum, e ainda assim rigoroso. A tal da era colaborativa.
O edital só tem duas ressalvas: o autor tem de ser inédito inclusive em sites – mas não em blogs!, o que é uma novidade. Você pode concorrer com textos publicados em blogs quaisquer, desde que seja texto seu. A outra ressalva é que, de praxe, servidores estaduais (da Bahia) de qualquer esfera e de qualquer órgão não podem participar. Sou servidor de duas secretarias, uma como estatutário de carreira, outra como Reda. Não concorrerei.
Além disso, este edital supre a carência de concursos literários, desde que a responsabilidade por estes saiu da Funceb e foi para a Pedro Calmon. Afinal, o cinema ainda tem essa limitação: vem da literatura, e volta para ela na medida em que depende do texto escrito para ser teorizado…