Um Baile de Todos os Esquemas
Tradicionalmente, o Baile Esquema Novo escolhe para seus cartazes cenas inusitadas, escondidas, e não obstante icônicas e históricas da Velha e da Nova São Salvador: dos azulejos de Athos Bulcão no Rio Vermelho, às bancas de frutas do Canela; dos edificios bauhaus do Largo Dois de Julho aos belvederes do Pelourinho.
Desta vez (o Baile de dezembro é este sábado, dia 19, à meia-noite, na Boo, Rua da Paciência), não foi possível fazer fotos específicas para os cartazes. Utilizou-se então uma das muitas fotos de Bruno Barreto, fotógrafo oficial do Baile Esquema Novo.
“Bruno é deus!” já virou uma máxima dos frequentadores da Boomerangue. Ele não é fotógrafo de festa daqueles sites de sub-colunismo social; ao contrário, não tira foto de quem faz pose; tenta captar o clima de xibietagem, de pipoca de carnaval indoor, que só o Baile Esquema Novo tem. Porque o Baile não é uma “festa com discotecagem de música brasileira”, apenas. É sobretudo uma festa da canção popular brasileira, e assim inclui desde bumba-boi do Maranhão até lambadas em francês, de sertanejo de goiás a Chico Buarque de Holanda; de frevo de pau-e-corda a Paul Simon & Olodum.
É sobretudo uma festa para dançar. Pular. Até não aguentar mais. Traje a rigor no Esquema Novo é chinela havaiana velha ou equivalente. E vale lembrar que o Baile Esquema Novo é a sala-de-estar do pós-axezismo. No último, por exemplo, estavam Letieres Leite (da Orkestra Rumpilezz) e Armandinho Macedo, divertindo-se. Pedro Pondé, ex-O Círculo, que já tocou no Esquema Novo como DJ, é frequentador assíduo; e também Thiago Kalu, do Clube da Malandragem, e Damm, da Formidável Família Musical, sempre que está em Salvador, além das meninas do Samba das Moças. Além do colaborador de des’ne de sempre, Rónei Jorge, dos Ladrões de Bicicleta.
E Bruno Barreto não apenas tenta captar este clima: consegue. Suas fotos vibram, dançam, exalam um perfume de inocente libertinagem e de molecagem levemente mal-intencionada. Confira abaixo: