Amanhã, é Dia de Esquina!
Todo mundo sabe que eu praguejo contra a Pituba: um subúrbio de Feira de Santana, encrustado plano ao norte da montanhosa, barroca, dispórica, Capital cosmopolita do Recôncavo; burguesóide, numa cidade xibieteira. Carlista, numa cidade que sempre rejeitou ditaduras.
Mas a Pituba também tem seus méritos: apesar de carrocêntrica, é bem planejada, com todas as suas ruas com tráfego em velocidade reduzida, arborizadas, e como quase não tem ladeiras é altamente bicicletável – além de uma boa miscelânea de comércio local, empresas e residências. Enfim: um bairro que tem tudo para ser muito melhor do que é.~
Falta-lhe a mentalidade urbana e o hábito pedestre. O Rio Vermelho, montanhoso, apertado e com péssimas calçadas, tem gente andando na rua desde a manhã até a madrugada – e sua população residente não gosta muito de usar carro nem de sair do bairro. A da Pituba de sair de bairro também não gosta – mas não vai na esquina, senão atrás do volante.
Amanhã, talvez seja diferente. Sob o lema de “Humanizar a cidade“, acontece pelo segundo ano seguido o Hoje é Dia de Esquina – evento que pretende não só retirar carro da rua e os pitubanos de casa, como inserir neles toda a riqueza cultura da Salvador pós-axezista, que a Pituba não vê ou finge que não vê. São shows, peças de teatro, intervenções urbanas, acontecendo nas esquinas da Avenida Manoel Dias da Silva desde a Rua Bahia até a Rua Piauí, das 19h às 21h.
Entre os artistas, gente premiada como Retrofoguetes, Rónei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta, e o grupo Barlavento, que retomou o samba-de-roda cá na Capital Reconvexa.
Não deixe de ir! Eu sairia da Barra-Avenida só pra ver esse happy-hour involuntário – e aliás, gratuito. E, ah, vá de bike se não der pra ir a pé. Experimenta curtir a cidade sem carro, só desta vez. Entra no clima…
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