A culpa é do ciclista
Acidente no Lucaia
Hoje pela manhã, logo cedo um grave acidente na Avenida Lucaia, causou um grande engarrafamento, na área. Segundo testemunhas uma mulher grávida foi arremessada na vala, depois de perder o controle da direção do veículo, após quase atropelar um ciclista na pista..Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e uma unidade do SAMU e levada para um hospital particular na Barra. Esse problema de ciclistas disputando espaço com os carros nas pistas de velocidade é muito mais grave do que se pensa.
Não sei mais detalhes deste acidente, mas ao que tudo indica como sempre a culpa é do ciclista. A reação da moça foi brusca demais para que se possa supor que o ciclista estava, corretamente, na mão da via. Provavelmente estava na contramão, o que torna a velocidade de reação de ambos acrescida.
Muitos ciclistas desinformados andam na contramão achando que assim estão “mais seguros, porque vêem os carros”. Errado! Isso não torna os carros mais visível – e seguramente impede que os carros vejam o ciclista a tempo.
Mais do que isso, há uma questão política: bicicletas são veículo, e como tal devem se comportar. Andar de bike nas avenidas não é uma concessão ou uma invasão, mas um direito tanto quanto o de andar de carro ou de ônibus. Para tal, o ciclista tem de se comportar exatamente como se comportaria um automóvel ou motocicleta para a maioria das situações.
Venho de ter tido hoje pela manhã minha primeira queda como cicloativista (o que aliás me deixa orgulhoso como quem acaba de perder o cabaço num puteiro aos 15 anos de idade). Relativamente grave, daquelas de ralar o rosto no chão. Normal, apocalípticos caem! (e nós caimos para deixar vocês, integrados, mais protegidos – então não reclamem. A gente não reclama).
De quem foi a culpa? Minha! Estava na mão, na Avenida ACM, em velocidade, me destrai e não vi um buraco (velho conhecido…), quando freei já estava dentro.
Quer dizer que andar de bicicletas em cidade é arriscado? Não! Foi um acidente que se quer me impediu de vir trabalhar no hospital hoje, ou mais tarde ir paquerar no Marquês. E ele poderia nem sequer ter acontecido – bastava um cadinho mais de atenção (e um cadinho menos de hÿbris – apocalípticos são profetas, e entrão em hübris tal qual Cassandras) de minha parte.
Vale lembrar que ser apocalíptico não é ser irresponsável. Apocalípticos se protegem mais, se responsabilizam mais, e seguem mais rigorosamente as leis. Não é uma prática anarco-punk, ao meu ver, e sim uma desobediência civil pacífica e organizada.
Anarco-punk mesmo são as bicicletas de roda fixa – estas fazem de nós, apocalípticos, moços bem-comportados. Como vocês podem ver neste vídeo aqui: