Festival Ibero-Americano de Teatro, na Bahia
Setembro pode já ser considerado o “mês de abertura” dos grandes ciclos culturais de Salvador – que ora têm no Carnaval seu ápice, já que com a atual retomada da pluralidade e o debacle da plutocracia axezeira, voltou a ser um episódio cultural e estético. Este ciclo não se extingue, como até 2005, no Carnaval. Acaba em Março, com o Praia 24h e o Panorama Internacional Coisa de Cinema. E não se “inicia” em Setembro: há episódios importantes no interior: Boa Morte em Cachoeira, Festival de Inverno em Conquista, e de Música Independente em Feira de Santana, que preparam o caminho.
Fique claro portanto que a lógica é outra.
Mas Setembro marca, porque sedia, de uma vez, dois grandes festivais internacionais: o PercPan, que começou ontem, e o Festival Latino Americano de Teatro, que hoje virou Ibérico porque inclui grupos de Espanha. Cada um são “ensaios gerais” de festivais maiores, de Outubro e Novembro: o Latino-Americano de Teatro é o “esquente” para o Festival Internacional de Artes Cênicas; o PercPan, que depois segue para o Rio de Janeiro, antecede o Música em Todos os Ouvidos e, claro, todo o ciclo carnavalesco que vai da Embolo d’Ajuda (Cachoeira) e Lavagem da Conceição da Praia, até o arrastão de Carlinhos Brown na contramão do circuito Barra-Ondina, na Quarta-feira de Cinzas.
O Ibero-Latino-Americano de Teatro começou ontem. Vai até domingo que vem. 10 dias de espetáculos em três teatros: Sala do Coro, Martins Gonçalves e Vila Velha. Peças infantis a tarde, inclusive em dias úteis. Debates. Oficinas. O caralho de asa.
Cadê a Cultura na U.T.I., e Aninha Franco dizendo que este tipo de festival não representa nenhum interesse para a cidade e para o estado?
Em Tempo: A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT) insiste em divulgar mal, ou não divulgar, seus atos. O Latino Americano de Teatro requereria pelo menos um mês de propagandas televisivas e chamada em rádio. Tem? Não. Aliás, nem primeira-entrada na busca do Google dá. Nem mesmo press-release para blogs (este aqui, que a SECULT lê diariamente), ou links patrocinados em sites (aqui, por exemplo, tem espaço). Nada! A pessoa descobre o Festival por razão apofântica, iluminação zen, sorte no Ifá, ou milagre de Irmã Dulce.
Fica aí o puxão de orelha – que venho repetindo desde 2007, e que não é falha apenas da SECULT mas de todo o Governo Wagner: fazem muito, mas comunicam pouco o que fazem. Melhorou nisso, mas ainda claudica.
One Comment