O “Cultura na UTI” deu sinal de vida!
E de vida inteligente! Depois de um mês sem postar (continuam sem aceitar comentários, contudo), publicaram algo. É um resumo das reivindicações feitas.
O que se pode notar é que quase todas as demandas feitas à Secretaria Estadual de Cultural pelos insatisfeitos ou já era atendida antes e eles não se deram conta, ou passou a ser atendida ou está sob análise. Ou seja: democraticamente acatou-se-as. Inclusive a sugestão deste blog que pede que o Secretário dê um puxão de orelha no empresariado local, que insiste em patrocinar bloco de corda de axé-music pra paulista ver – enquanto o Neojibá precisa de patrocínio do paulista Bradesco para realizar sua turnê nordestina.
Exceção apenas para a esdrúxula demanda de “fortalecer o FazCultura”. Fruto do neoliberalismo galopante do des-governador César Borges, o FazCultura é a privatização do investimento na área, que deixa de ter visão de interesse coletivo ou estético. O FazCultura por muito tempo esteve na raiz do axé-sistem, quando não torrava o desconto fiscal em atrações do sudeste – o que ao meu ver configura grave evasão de divisas.
Mais uma vez se ataca Márcio Meirelles pelos seus acertos: o FazCultura já não deveria sequer existir mais! Enfraqueceu-se bastante na gestão de Márcio – mas para mim e para muitos ainda é pouco: precisa deixar de existir. O empresariado precisa investir mais na Cultura? Sim – mas por motivos cívicos, para promover a imagem de sua empresa, e não com contrapartida fiscal do Estado. No Rio de Janeiro e em São Paulo já é assim.
A SECULT bahiana está já praticamente dentro do que propõe a nova Lei Rouanet. O FazCultura é um resquício da velha Lei Rouanet, que está por cair. Fortalecê-lo seria um retrocesso. Donde: o “Cultura na UTI” é a versão jeje-nagô dos insatisfeitos da Globo com a idéia de pobre ir a concertos sinfônicos com o Vale Cultura.
Disse que os semi-mortos deram sinal de vida inteligente. E deram: ao fim do post novo deles, se vê que têm demandas fundamentais ao Prefeito João Henrique: que ele tenha uma Secretaria Municipal específica e exclusiva de Cultura; um Conselho Municipal de Cultura (exigência mínima da SECULT para repasse de verbas em qualquer prefeitura – que dirá na capital), um Fundo Municipal de Cultura, e que a Fundação Gregório de Matos deixe de ser gestora para se tornar fomentadora. Algo como o que Marcio Meirelles fez com a Fundação Cultural do Estado da Bahia.
Esse povo é cabotino! Esculhamba Marcio, e pede pra João Henrique fazer o mesmo que Marcio fez. Ou bem a SECULT é uma bosta – e o Prefeito não deve imitá-la; ou bem ela é ótima – e merece ter seu modelo copiado. Decidam-se!
Estas demandas também são deste blogueiro que vos fala. E de qualquer pessoa, a direita ou a esquerda, que seja não-oligofrênico. Acontece que eu sou coerente: não ataco quem não gosto por que acertou. Teve acertos? Eu aplaudo! Quantas vezes eu já elogiei Paulo Souto aqui? e Cláudio Lembo? e Marco Maciel?- embora todo mundo saiba que eu nunca votei no PFL nem nunca o farei, salvo melhor juízo.
Só quero ver se João Henrique vai tratar os semi-mortos com o desvelo democrático que Márcio vem tratando…
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