Mozart no Carmo
A série Mozart nas Igrejas, da Orquestra Sinfônica da Bahia, este mês vai ser na Igreja da Ordem Primeira do Carmo. Ambas as ordens Primeira e Terceira são dois belíssimos exemplares do (raro) rococó bahiano. Diferente do rococó mineiro (que erroneamente se chama de barroco mineiro), o rococó bahiano não é discreto e dançante, mas opulento e cívico. Não é um preâmbulo do neoclássico – mas um barroco decadente, e exuberante.
A primeira vez que fui na série Mozart, ano passado, foi no Carmo. E foi deslumbrante. Espero que isso signifique que o próximo número, de setembro, seja na Casa Pia dos Órfãos de São Joaquim (na Cidade Baixa) – a primeira de todas as edições foi lá, e eu não fui. Arrependo-me até hoje.
Começa às 20h, e é de graça. Como tem sido este ano, tem uma peça do Haydn tardio (aquele que talhou Mozart), uma do Mozart da jóvem maturidade, e uma de um contemporâneo de menor porte – desta vez, não será um brasileiro.
A Igreja do Carmo ainda tem o charme de ser no “Pelourinho que deu certo”, que é os arrabaldes entre a Ladeira do Carmo e a Ladeira da Água Brusca, que inclui a área da (quase pronta na sua reforma) Igreja do Boqueirão e Largo de Santo Antônio Além do Carmo. Aviso: ela é bastante menor do que a média das igrejas que têm servido de palco para o projeto – e largamente acessível por pedestres que moram nos arrabaldes (diferente da Conceição, na Cidade Baixa, ou da Basílica e de São Francisco). Se já lota em igrejas de grande porte, nesta então…! Portanto, chegar meia-hora antes é obrigatório pra quem não quiser assistir de pé.
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