Rodin, finalmente!
Do blog hiper-PTista Bahia de Fato, do Oldack Miranda (irmão do ex-ministro Nilmário):
Museu Rodin será inaugurado em outubro graças à competência de Márcio Meirelles
Li na Folha de São Paulo (08/07/09) uma reportagem sobre o Museu Rodin na Bahia que mostra o ridículo que era o mecenato estatal da era carlista. A idéia de abrir um museu Rodin em Salvador surgiu em 2001. O artista plástico Emanoel Araújo revelou que foi falar com ACM e “ele adorou a idéia”.No ano seguinte foi assinado um acordo de cooperação entre França e Bahia para a construção do museu. Um casarão neoclássico francês de 1912 foi restaurado. Mas o plano virou motivo de chacota. O governo baiano, que bancou o projeto, prometeu trazer 62 esculturas para a inauguração do museu em 2006. As peças nunca chegaram e o museu passou a abrigar apenas quatro peças em bronze do escultor francês.Como afirma o jornalista Mário César Carvalho, da Folha Ilustrada, “a piada pode perder a validade”. Finalmente, em outubro o Museu Rodin será inaugurado pelo secretário da Cultura Márcio Meirelles, o mesmo que certas viúvas do carlismo destratam por interesses inconfessáveis. Entre as peças virão para Salvador as edições em gesso de “O Pensador”, de “O Beijo” e estudos feitos para a “Porta do Inferno”, um dos trabalhos mais famosos de Rodin (1840-1917).
O Governo Wagner vai gastar R$ 700 mil no transporte e no seguro das obras. As peças foram emprestadas por três anos pelo governo francês. O artista plástico Emanoel Araújo acha que o Museu Rodin demorou a ser inaugurado por um certo “chavinismo” dos baianos, que achavam muito estranho ter um Museu Rodin na Bahia.
Por iniciativa do secretário de Cultura Márcio Meirelles o foco agora é outro. O museu tem três objetivos: formar público, fazer com que Rodin faça sentido para quem vive na Bahia e, terceiro, reconectar a arte baiana ao resto do mundo. “A Bahia vive isolada, como se fosse uma ilha autossuficiente e isso não faz sentido”, afirmou Márcio Meirelles.
A museóloga Heloisa Helena Costa, diretora técnica do museu matou a charada: É um equívoco pensar que uma cidade que tem laços com a África não possa se interessar por um artista francês do século 19 como Rodin. O fato de Rodin trabalhar com o corpo apaga as diferenças”.
“Dá para ver nas ruas de Salvador vários Rodin de carne e osso”.
Márcio Meirelles está tirando o atraso da arte na Bahia.
Comentário: Não é verdade. O Museu Rodin estava apto a receber as peças em gesso em 2007, graças a gestão de Paulo Gaudenzi no Governo Paulo Souto (que promoveu, também, as melhores e mais lotadas mostras de cinema na Sala Walter da Silveira. Por exemplo, a obra completa de Luchino Visconti em película).
O ano de 2007 na Secretaria de Cultura foi de radicalismo e revanchismo, sim. O que lhe traz custos de imagem, entre jornalistas e políticos, até hoje. E o que foi, ao meu ver, de outros apoiadores de Marcio, e até de alguns servidores comissionados de lá, desnecessário.
Em 2008 a SECULT deu um show de gestão e resultado: Neojibá bombando, Mozart nas Igrejas, OSBA bombando, FIAC, Musica em Todos os Ouvidos, Mudhoney de graça no Pelourinho, etc.
Em 2009, o ritmo arrefeceu um pouco por causa da crise de arrecadação fiscal do estado (que nada tem a ver com a crise mundial, já que a Bahia cresceu. Tem a ver com uma pisada na jaca do Secretário da Fazenda Carlos Martins).
Mas foi em 2009 que a Política de Museus sai do marasmo e toma jeito. Entre outras coisas, a mais do que procrastinada abertura do Museu Rodin Bahia. Será melhor, conceptualmente, do que abri-lo nas coxas e ao estilo Gaudenzi. Mas que fique aqui também a crítica – e mais a crítica do que o elogio ao não obstante excelente Secretário de Cultura Marcio Meirelles.
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